Hoje...
é daqueles dias que assim que acordei desejei poder adormecer imediatamente! Dor de cabeça, um olho inchado e muita vontade de dormir mais umas no mínimo 10 horas!
Não vejo a hora de voltar para a cama...
E hoje não sai da cabeça...
E era as folhas espalhadas, muito recalcadas do correr do ano
A recolherem uma a uma por entre a caruma de volta ao ramo
E era à noite a trovoada que encheu na enxurrada aquela poça morta
De repente, em ricochete, a refazer-se em sete nuvens gota a gota
Era de repente o rio, num só rodopio a subir o monte
A correr contra a corrente assim de trás para a frente a voltar à fonte
Um monte de cartas espalhadas des-desmoronando-se todo em castelo
E era linha duma vida sendo recolhida de volta ao novelo
Era aquelas coisas tontas, as afrontas que eu digo e que me arrependo
A voltarem para mim como se assim tivessem remendo
E era eu, um passarinho caído no ninho à espera do fim
E eras tu, até que enfim, a voltar para mim.
Miguel Araújo - Recantiga
Hoje apetecia-me...
Hoje é daqueles dias em que me apetece ir dar um saltinho na lua, tirar os pés do chão. Comer um gelado e perto do fim comer a minha parte favorita bem devagar, saborear. Apetecia-me ser uma princesa, ter um príncipe num cavalo que me levasse a correr pelos campos verdes e quentes do sol.
Apetecia-me ter um enorme sofá para me enroscar com o Speedy e ele assim bem quietinho, para sentir a sua respiração. Apetecia-me correr com ele num enorme campo, como se ele não me fosse fugir assim que se sentisse solto.
Apetecia-me sentir o cheiro a mar e ver os cabelos voar. Escrever o teu nome na areia, correr e ver as nossas pegadas lado a lado, juntas.
Apetecia-me que estivesse Sol e queria Chuva para me deliciar no teu colo a ouvir as gotas de água cair.
Apetecia-me ficar a apreciar a calma da Vila. Apetecia-me fazer um sem fim de coisas sem parar.
Apetecia-me tão pouco. Apetecia-me tanto.