Foi em Outubro do ano passado que comecei uma nova etapa da minha vida. Pensava que estava preparada, mas não estava. Vim sozinha, deixei para trás a família e o namorado. Podem não ser milhares e milhares de quilómetros que nos separam, mas há uma distância. Há espaço que nos separa, pequeno ou grande, eles não estão comigo. Os dias foram passando e eu sentia que não aguentava a sensação de estar só. Tudo estava mal, ou eu achava que estava. Não conseguia aguentar ou não queria aguentar. Tornou-se um verdadeiro inferno. Senti que não era capaz de superar.
Nesta altura eu já dizia, assim como quem não quer nada, que talvez devesse ter um cão. Eu sou doida por cães e a ideia de ter alguém com quem partilhar a minha rotina, tomar conta, brincar, passear era algo fascinante, para quem só não queria tar sozinha! Até já sabia qual queria, um assim igual aquele que já tinha visto, pequenino, super fofinho!
Fomos passear até a Nazaré, almoçar, ver o mar, tudo para ver se eu me distraia da tristeza que já guardava comigo. Daí fomos até Aveiro!
Já no final do dia, em Aveiro, o meu humor estava bastante em baixo, já me chateava com tudo, estava farta! Lá acabamos por jantar no Glicínias plaza! Aproveitando o facto de estar num local cheio de lojas, aconteceu o óbvio, fomos passear pelas montras. Pouco tempo depois perguntei se podíamos ir conhecer aquela loja que estava ali no cantinho e que eu não conhecia, Zoofeira! Longe de pensar o que estava prestes a acontecer, fiquei perto da montra a ver os peixes, os hamsters, todos os animais que encontrei mal entrei na loja! Descansada estava quando alguém me chamou e disse "Olha aqui estes cães!". Oh perninhas!! Elas caminharam o mais que puderam até encontrar a vitrina com animais, que me parecem estar sempre a dizer "Por favor, leva-me daqui!". Havia um pastor Alemão, havia um cocker spaniel (mas já temos um, casa dos pais) e havia lá outra "personagem" cheia de vida, com uma plaquinha a dizer Pinscher, que saltitava tanto, com tanta energia que só me fazia rir. Era o cão que eu tanto queria, aquela cor, aquela vida, aqueles olhinhos...Era mesmo aquele, não era outro, apenas aquele! E, aqui está ele comigo meses depois, o meu maior ajudante nesta fase mais difícil, o meu companheiro, amigo, filho... Tudo! Já não imagino (nem quero imaginar) a minha vida sem este Speed, porque a energia é tanta que me cansa só de olhar. Hoje sei que ele foi uma grande, enorme, gigante ajuda para eu superar o grande obstáculo. Tem uma energia sem fim, só está bem a fazer traquinices, é super malandro e tonto, mas é o meu pequeno Speedy!
Nota: Também não gosto de ver cães em vitrinas fechadas, sei da existência de imensos que estão para adoptar e que parece mal dar dinheiro por um animal quando há tantos a precisar de uma casa, eu sei! Não precisam julgar-me! Mas o meu coração apaixonou-se por aquele que estava ali.
Não é igual a ele, mas deixo-vos imagens de algo que estou a preparar com muito carinho...